Ainda os cortes nos subsídio de férias e de natal
Em primeiro lugar devo fazer declaração de interesse neste caso, pois sou aposentado da função pública.
Feita esta declaração, afirmo que me sinto tremendamente revoltado por vir a ser roubado no meu subsídio de férias e de natal e, ao mesmo tempo, com a falta de solidariedade dos outros trabalhadores para com os trabalhadores do estado e os reformados, mas até nem devia estar pois já é hábito em Portugal este comportamento para com os trabalhadores do estado que, de um forma geral são vistos pelos restantes trabalhadores como “parasitas” dos seus impostos e não como úteis interlocutores no seu relacionamento com o aparelho de estado.
Por outro lado também não posso deixar de me confessar surpreendido com a própria passividade quer dos trabalhadores do estado e não só dos funcionários, pois a medida atinge também outros trabalhadores do estado, mas também dos reformados.
Aliás os sucessivos governos que têm feito cair este tipo de medidas sobre os trabalhadores sabem isso bem e não é por acaso que as tomam.
Que diferença para os trabalhadores e aposentados gregos que, embora concerteza sabendo que de pouco lhes iria servir, nunca desistiram de lutar pelos seus direitos!
Mas esta crónica, além de outros, tem também o objectivo de lançar algum “esclarecimento” pois pelos contactos que tenho tido com funcionários públicos e reformados (e tenho alguns) chego à conclusão que, na maioria, ainda não estão suficientemente esclarecidos em relação aquilo que, efectivamente, lhes vai acontecer :
Uns dizem que só vão descontar um tanto os que ganham mais de seiscentos euros
Outros que só os que ganham mais de 1100 € vão perder a totalidade dos subsídios
Outros estão convencidos que vai ser como no subsídio de natal, isto é que todos vão perder apenas uma parte dos subsídios
Outros, ainda, fazem uma enorme confusão entre o que recebem e aquilo que ganham (a confusão entre o que se recebe e o que se ganha sempre foi muito confusa para muita gente)
Pois bem eu, se me for permitido, aconselho todos a esclarecerem-se e, quando o fizerem, talvez essa “madorra” que os tem caracterizado se agite um pouco.
É que “A Agência Financeira fez alguns cálculos, para facilitar a consulta:
Quem tem uma remuneração base mensal (a)de 600 euros ainda não sofre qualquer corte (recebe esse mesmo valor na íntegra), e quem recebe 776,50 euros já só recebe metade de cada subsídio, ou seja, perde o equivalente a um subsídio inteiro.
Rendimento de 600 euros - recebe 600 euros de cada subsídio
Rendimento de 650 - recebe 540 euros de cada subsídio
Rendimento de 700 - recebe 480 euros de cada subsídio
Rendimento de 750 - recebe 420 euros de cada subsídio
Rendimento de 776,50 - recebe 388,20 euros de cada subsídio
Rendimento de 800 - recebe 360 euros de cada subsídio
Rendimento de 850 - recebe 300 euros de cada subsídio
Rendimento de 900 - recebe 240 euros de cada subsídio
Rendimento de 950 - recebe 180 euros de cada subsídio
Rendimento de 1.000 - recebe 120 euros de cada subsídio
Rendimento de 1.050 - recebe 60 euros de cada subsídio
Rendimento de 1.100 - recebe 0 euros de cada subsídio “
(Dados recolhidos aqui)
a) entenda-se como remuneração base os ordenados ou reformas antes dos descontos obrigatórios