Renegociar a dívida é ser caloteiro?
Renegociar a dívida significa ser caloteiro?
Não necessáriamente, pode significar apenas que adquirimos consciência que nos endividámos demais e que, pelas condições impostas pelos nossos credores, que voluntàriamente aceitámos, jamais teremos hipóteses de pagar aquilo que devemos.
Portanto antes que outros declarem a nossa falência (que no fundo é o que, a prazo, nos irá acontecer) devemos ser nós a procurar os nossos credores e a propor-lhes uma forma mais suave e menos penosa de saldarmos a nossa dívida, permitindo-nos assim, sobreviver e, ao mesmo tempo, honrar os nossos compromissos.
Isto é , no fundo, o que fará qualquer individuo consciente!
Então porque não o fazemos como país?
Não teremos, necessáriamente, de chegar ao pé dos nos nossos credores e dizer-lhes que, pura e simplesmente, não lhes pagamos ou que lhe iremos pagar apenas parte daquilo que lhes devemos, poderemos dizer-lhes apenas que queremos pagar-lhes aquilo que lhes devemos num prazo maior e com uma taxa de juro mais baixa.
É claro que poderá haver uma parte da nossa dívida que não é legitima, e a existir, ela não deverá ser paga, mas isso só poderá ser determinado através de uma auditoria às contas públicas, mas não existe na sociedade sequer consenso quanto à sua realização, quanto mais a quem a iria realizar!
Não tenhamos, no entanto, dúvidas que, a continuarmos assim (a contrair dívidas para pagar dívidas e, ainda por cima com juros assustadoramente acima dos nossos níveis de crescimento) não conseguiremos pagar aquilo que devemos e, nessa altura, será bem pior não só para nós, como para aqueles a quem devemos.