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Crónicas do Quintal

Blog sobre o que se vai passando neste nosso "quintal"

Blog sobre o que se vai passando neste nosso "quintal"

Crónicas do Quintal

30
Mar11

Porque não declaramos insolvência?

João Mateus

 

Um individuo “sensato” mesmo que episodicamente possa pedir emprestado, nunca deixa que o pé seja maior que o sapato, isto é, vai vivendo de acordo com as suas possibilidades e tendo sempre o cuidado de ter sempre algum de parte para o que possa vir amanhã. Nunca será grande coisa na vida!

 

Um individuo “esperto”, arrisca de vez em quando, mas quando sente que está a ir longe de mais e está a por em perigo a sua sobrevivência, vai à Deco saber o que deverá fazer para decretar insolvência e resolver os seus compromissos num prazo mais longo, mas permitindo-lhe ao menos sobreviver. Um dia, solvidos os seus compromissos, melhor dias poderão vir (até lhe pode sair o euromilhões, receber uma herança ou arranjar um emprego melhor) e poderá então, finalmente, realizar alguns dos seus projectos ou, quem sabe, até todos!

 

Pelo contrário, o individuo “parvo”, vai vivendo ao desbarato, vai pedindo novos créditos para pagar dívidas antigas e quando vê esgotado todos os recursos normais (pais, amigos, instituições bancárias) recorre aos agiotas a um juro exorbitante acabando normalmente a ser perseguido pelos credores e pelas autoridades. Muitas vezes, sucumbe ao peso da responsabilidade e suicida-se!

 

Será que não deve ser isto que deve também acontecer com os países?

 

É que se é, Portugal está sem dúvida a fazer o papel de “parvo” e parece que nunca mais se apercebe disso.

 

Ou será que ainda está a tempo de abrir os olhos e “espertar”?

 

Enfim, responda quem souber!

 

 

25
Mar11

Porque chegámos aqui

João Mateus

Para saber como sair do “buraco” onde estamos metidos (que estou convencido é bem maior do que todos julgamos) há que saber como chegámos e quem foi que nos trouxe aqui.

Por isso de há muito que andava a preparar-me para escrever um “post” sobre o assunto, mas as águas estavam tão agitadas que julguei prudente esperar para ver.

Agora que as coisas parecem mais “calmas” e com mais tempo para poder por as ideias em ordem, julgo que é o momento ideal para o fazer.

Tenho-me como uma pessoa mínimamente informada, pois “papo” tudo quanto seja informação, desde jornais, debates a programas de informação sejam eles em que canais forem, e como funcionário público durante 36 anos (1965 a 2001) pude observar ( e sempre o fiz atentamente e com olho crítico) as formas de actuar dos diversos governos desde o tempo do fascismo até ao Governo de António Guterres!

Por isso, pude aperceber-me de, quando, de País pobre começamos a fazer “figura de ricos” e ao contrário da maioria dos comentadores e analistas económicos (na sua esmagadora maioria de direita, mesmo nos orgãos de informação considerados pluralistas) sempre discordei que isso tivesse começado com António Guterres.

A meu ver isso sempre se situou algures nos mandatos de Cavaco Silva.

Sem querer Silva Lopes acabou por dar-me o mote (ver aqui) e dar-me o encorajamento final para partir para uma aventura para a qual, à partida nem sequer sei se estou devidamente preparado.

Já sei que alguns vão dizer que Silva Lopes é um dos beneficiados do status quo (que tem não sei quantas reformas, etc, etc) mas sempre pensei que, nem sempre a situação de uma pessoa determina a sua consciência social e ele próprio no programa “Negócios da Semana” afirmou mais ou menos o seguinte (aquando da implementação do PECIII):

  • Bem sei que posso ser prejudicado na minha reforma, mas se vai cortar nos salários dos funcionários públicos acima dos 1 500 € porque não fazer o mesmo com as reformas?

Já agora porque não fazer o mesmo com os salários dos privados ? (pergunto eu)

Há quem diga que o estado não pode cortar nos salários dos privados?

Não pode?

Se se trata de um imposto (ou taxa) extraordinário, não pode porquê?

Adiante!

Efectivamente, foi durante os Governos de Cavaco (salvo erro com o Engenheiro Ferreira do Amaral) que se foi enchendo o País de auto-estradas, quando nem estradas em condições tínhamos que se construiu o Centro Cultural de Belém e se lançou a primeira parceria público privada (a Ponte Vasco da Gama).

Foi também com Cavaco que hoje tanto fala no mar, que se destruiu a frota pesqueira e a marinha mercante, bem como a agricultura, aproveitando os subsidios comunitários não para proceder à sua modernização mas ao abate de embarcações e ao abandono de terras até aí produtivas.

Isto, foi concerteza muito bom para nós consumidores pois permitiu-nos passar a comprar mais barato, pois havia na Comunidade quem tivesse excedentes para vender e hoje, estamos completamente nas mãos desses senhores ( basta ir à grandes superfícies e ver de onde vêm o peixe, as batatas, as cebolas, etc.etc) mas quantas falências de empresas causou e ainda está a provocar?(veja-se o caso dos produtores de leite).

Mas, sobretudo, e era aqui que eu queria chegar, porque se hoje estamos como estamos não é só devido ao peso da nossa dívida pública mas ao total da nossa dívida externa (embora saiba que muito da dívida dos particulares é constituida por dívida de empresas públicas) foi também nessa altura que se foi convencendo os portugueses de que todos podiam ter casa própria e mais, a sua própria empresa.

Quanto a mim, foi aqui, efectivamente, que tudo começou, pois tratando-se de pessoas que à partida não tinham dinheiro e não havendo poupança cá dentro ( toda a gente reclama contra a falta dela, mas será que os baixos salários dos portugueses permitem que ela exista? Sim, porque os capitalistas vão é por o dinheiro nos paraísos fiscais ou onde lhes dão maior rendimento) começámos a ir pedir emprestimos lá fora e como havia excessos de liquidez por aí, os juros até eram baixos.

O pior foi quando chegou a crise do sistema financeiro! (não será do sistema capitalista?)

Veja-se ao preço a que os juros estão últimamente.

Bem sei que grande parte da nossa dívida externa advém do facto de termos que comprar energia lá fora (petroleo e gas) mas se, isso sempre aconteceu , porque nunca caímos antes nesta situação?

Será apenas porque o petróleo está mais caro? Se isso é um facto, e se, felizmente, hoje temos um cada vez maior número de pessoas a gastar energia, também não deixa de ser verdade que, hoje em dia todos sabemos mais acerca de como a poupar, que o nosso parque industrial e automóvel são muito mais evoluídos e consomem muito menos e somos um dos países do mundo mais evoluídos em energias alternativas.

E depois o “monstro” ou tamanho do Estado, bom, não posso falar pelos outros mas no Organismo onde trabalhava, e sei porque fiz o recenseamento, no tempo de António Guterres, quando saiu do Governo o Sr Doutor deixou lá mais 15% de trabalhadores (recibos verdes).

Por isso, quando se fala de “boys” é preciso ser mínimamente honesto e ver que, sempre que há governos maioritários, as coisas funcionam da mesma maneira.

Hoje também se fala muito de medo na administração pública e na sociedade, e naquela altura?

Por tudo isto, nunca percebi muito bem, porque depois da sua derrota estrondosa em 1996 contra Jorge Sampaio(que até na sua biografia parece ter sido esquecida) em 2006 os portugueses o tivessem eleito como Presidente da República e em 2011 tivessem repetido a dose.

Seria por falta de alternativa credivel?

Bom, deixemos isso, porque em democracia, manda quem ganha!

As coisas não mudaram radicalmente desde essa altura mas também neste país onde toda a gente se conhece e onde todos somos “primos” uns dos outros (nem é preciso ser camarada de partido) e tudo funciona à base da cunha e do amiguismo, só um verdadeiro “louco” se atreveria a tentar mudar as coisas!

Por isso, com António Guterres (que era tido como “brando”), Durão Barroso, Santana Lopes (existiu?) sempre foi havendo quem se aproveitasse, e não foram só os banqueiros, os políticos(?), ou mesmo os ditos “boys”, mas também houve classes que, pelo poder que têm na sociedade foram aproveitando das “fraquezas” do sistema.

Assim à partida, lembro-me dos militares, das forças policiais, dos juízes, dos gestores das empresas publicas (mesmo das que dão prejuizo) mas não só, dos pilotos da TAP, dos maquinistas da CP, dos professores, dos médicos, eu sei lá (também não estou para puxar muito pela cabeça).

E, ao contrário de muitos, para agradável surpresa minha, que não votei nele(tinha-o como um dos mais “direitistas” do PS) José Sócrates, quando chegou ao poder parecia querer candidatar-se a ser o “louco” que iria dar a volta a isto tudo.

Nem ele sonhava o “ninho de víboras” com que se ia meter (e talvez algumas passagens do seu passado, eventualmente propositadamente deixadas na dúvida, não sei, a justiça que esclareça isso) e foi obrigado a ficar a meio caminho.

O seu segundo mandato, sem maioria, numa altura de crise nunca devia ter acontecido, como já o escrevi antes, e não era por ser ele pois estou plenamente convencido que qualquer outro teria o mesmo destino.

Mas a culpa não foi só dele, mais uma vez onde estava Cavaco Silva, que agora diz recusar-se a empossar um governo minoritário (li isso algures!) ?

Não devia ter começado a exercer a sua magistratura activa que, plos vistos, começou e acabou no passado dia 8 de Março?

 

João Mateus

 

(Este artigo é publicado propositadamente sem fotografia, para não estar a usar alheias e ter chatices e também porque não era o mais importante)

 

 

 

22
Mar11

Afinal o PEC ainda está em aberto!!!!

João Mateus

Bruxelas recua e deixa PEC em aberto

 

Luís Rego em Bruxelas
22/03/11 14:10

 

A Comissão Europeia disse hoje que as medidas que estão a ser debatidas no Parlamento "são anúncios, não são já decisões fechadas".

A declaração é de Amadeu Altafaj, o porta voz do comissário Olli Rehn, que ontem tinha concordado com o presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, ao "não ver qualquer razão que pudesse fazer com que mudássemos o programa" português.

"Repito: é apenas um anúncio, um plano, não é um decisão fechada. Estamos em diálogo [com as autoridades portuguesas]. O que é importante é ter um pacote de medidas que permita convencer não só o senhor Barroso ou o senhor Trichet mas sim todos os participantes do mercado", afirmou Altafaj, na mesma linha de um responsável da Comissão hoje citado no Diário Económico.

Altafaj adiantou que "a CE está a monitorar de muito perto a situação em Portugal mas que se trata de um debate político nacional". E defendeu a qualidade das medidas apresentadas pelo Governo porque "permitiriam à economia portuguesa cumprir objectivos acordados com parceiros europeus e restaurar confiança na economia, visto que têm natureza estrutural. Agora cabe aos actores políticos assumir as suas responsabilidades", frisou.

Portugal tem, no limite, até ao final de Abril que apresentar o programa nacional de reformas e o Programa de Estabilidade e Crescimento.

 

in Diário Económico

 

Veja-se bem o que o PSD tem andado a apregoar, para se desculpar com não aprovar o PEC IV que, afinal, seguiu o mesmo caminho que os outros, isto é, em Bruxelas apenas foram apresentadas linhas gerais, tal como tinha acontecido com os anteriores.

 

A dureza do PEC já é outra coisa, e com as pressões que tem tido no partido, foi fornecido a Passos Coelho o argumento que lhe faltava.

 

No entanto, duma coisa ninguém tenha dúvidas, com ou sem eleições as medidas serão tão ou mais duras do que estas!

 

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