Dois pesos e duas medidas?
A Ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues garantiu ontem na AR que não vai colocar um único professor sem horários atribuídos no Quadro de Supranumerários.
Pelo contrário, promete dar-lhes formação técnica para desempenharem temporariamente outras funções como apoio às bibliotecas, manutenção dos edifícios, apoio jurídico, apoio social, orientação vocacional ou comunicação com a família.
Ora, afirmando o Governo como afirma, que o Quadro de Supranumerários não é uma antecâmara para a porta de saída, poder-se-ia pensar que o mesmo seria o destino daqueles funcionários que, por qualquer motivo, fossem considerados a mais em Ministérios ou Organismos a estruturar e enquanto não tivessem lugar em outros onde fossem necessários. Logo, o quadro de supranumerários, seria, à partida um local de permanência temporária para funcionários que não podem ser despedidos e que, por isso deveria ser, durante o período da sua permanência, o local onde lhes fosse fornecida a formação técnica necessária ao desempenho de outras funções onde elas fossem necessárias.
Porque não aplicar então os mesmos princípios aos professores?
Porque no fim, o Quadro de Supranumerários vai ser, de certeza, um local para onde serão atirados aqueles de que o Governo se quer desfazer e, por outro lado, não seria “correcto” fazer isso aos “senhores doutores”?
Será?