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Crónicas do Quintal

Blog sobre o que se vai passando neste nosso "quintal"

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Crónicas do Quintal

23
Ago21

COMO FUI ENGANADO POR UM EMPREITEIRO

João Mateus

Trago aqui o caso que aconteceu comigo para que, no futuro, se passarem pelo mesmo, não cometam os mesmos erros que cometi. O meu caso sucedeu, mais ou menos, pelo que consigo lembrar-me da seguinte forma:

  • Herdei em 2020 uma casa do meu pai numa aldeia do Alto Alentejo. Essa casa, encontrava-se bastante degradada e, aparentemente a necessitar de obras urgentes de um certo valor. No entanto pelo valor sentimental que tinha para mim, pois era a casa dos meus pais e era aquela onde vivi até aos 14 anos quando vim para Lisboa, situa-se numa zona de que eu, a minha esposa e os meus filhos gostamos bastante, no que parece-me, somos acompanhados por muitas pessoas deste país e até estrangeiros.

  • Porque somos uma família de sete pessoas entre pais, filhos e netos, alem de recuperar o que estava a precisar, pensei em acrescentar-lhe uma varanda pois a existente tinha sido aproveitada para nela construir a diminuta casa de banho, providenciar um acesso interior às divisões do rés-do-chão onde iriam ficar os quartos, pois até aí o acesso era feito pela rua e todos sabem como o inverno na zona é bastante rigoroso, e aumentar a casa de banho que não tem as condições mínimas. Para isso decidi reservar das minhas poupanças o valor que achei que podia gastar para realizar aquelas obras. Se fossem orçamentadas por um valor superior decidi que, apesar de me custar muito não faria qualquer obra a não ser que um dia, para a casa não ruir, fosse obrigado pela Câmara a realizá-las.

  • Sabia que, para realizar aquelas obras precisava de um projeto de arquitetura e, eventualmente, de alguns projetos de especialidades e, nesse sentido contactei um desenhador projetista amigo que já me havia feiro um projeto anterior para entregar nas finanças para pedir a reavaliação da casa, para saber o quanto isso me poderia custar que me informou do valor que me iria custar o projeto de arquitetura, mas que em relação às especialidades não sabia , exatamente, o valor pois isso dependia daqueles que a Câmara da zona viesse a exigir. É claro que esse desenhador projetista não trabalha sozinho, mas com uma equipa de engenheiros e arquitetos Mesmo assim, contactei dois empreiteiros da terra para saber se me podiam realizar a obra e quanto me levariam para o fazer. Um dos empreiteiros, que apesar de ser da terra reside fora, informou-me logo que não poderia estar a deslocar para lá mão de obra e que, neste momento não existe lá mão de obra disponível para a fazer, o outro disse-me que já tinha compromissos até Setembro deste ano (estávamos em Setembro de 2020) e como eu queria ver se este verão ainda lá ia passar uns dias com a família, nem sequer chegou a ver a obra e fazer orçamento. Ainda chamei mais dois da zona, recomendados por pessoas da zona que me disseram que uma vez que a obra ia ser licenciada e precisava de projeto, que avançasse com o projeto e, quando o mesmo fosse aprovado, entrasse em contacto com eles , para ver se tinham disponibilidade e qual o valor que me iriam levar para a efetuar

  • Apesar de tudo o que disse antes, dado valor sentimental ea pressa em realizar as obras

    decidi avançar. Mal eu sabia no que me ia meter, é o tempo que a câmara leva a despachar as coisas pois não havendo delegação de competências, tudo tem que ir, pelo menos a reunião de câmara, etc. Depois é o boom de construção que vai no Alto Alentejo, os valores que os empreiteiros pedem para fazer qualquer obra e o tempo que levam para as assumir e o prazo para as terminar.

  • Conseguida a aprovação da câmara do projeto de arquitetura e até antes de partir para os projetos de especialidade, comecei imediatamente a pedir orçamentos e dado que me foi dito que o mapa de quantidades, só deveria ser elaborado depois de aprovados os projetos de especialidade resolvi, com o projeto de arquitetura e com um rudimentar caderno de encargos elaborado por mim, começar a contactar empreiteiros no sentido de obter orçamentos para a obra. Todos os orçamentos eram bastante superiores ao valor que pretendia gastar excepto o de um jovem empreiteiro que nos foi recomendado num “grupo” da zona que, por estar a começar, mesmo sendo superior (em cerca de cinco mil euros), era o que mais se aproximava do valor que pretendia. No entanto, para assumir a obra, se aceitássemos o orçamento, tínhamos que lhe pagar cinco por cento do valor da obra logo na adjudicação. Pedi um tempo para pensar no assunto. Um dia do nada, recebo uma chamada onde me dizia que tinha que tomar na hora uma decisão pois tinha em vista um negócio com uma carrinha para levar para lá o pessoal e alguns materiais pois estava a chover e só tinha uma carrinha de caixa aberta e que se não desse a resposta nesse dia perderia o negócio, mas que não havia problema pois assinava-me um papel onde tudo ficasse escrito. Disse-lhe que não me contentaria com um papel qualquer e que, porque o valor da obra o exigiria, iria arranjar uma minuta de contrato de empreitada para assinarmos. Devido à urgência e, contra a vontade da minha esposa transferi-lhe o dinheiro,claro que fiquei com comprovativo (PRIMEIRO ERRO). Arranjei a minuta e combinámos que nos encontraríamos em Portalegre logo que fosse possível para assinarmos o contrato.

  • Quando nos encontrámos, ele eu e a minha esposa (no dia 11 de Abril) fez questão de nos levar a uma obra que estaria a executar(?) e que se estivéssemos lá mais tempo ainda nos mostraria outras só que não podia fazê-lo nesse dia pois ainda tinha que se deslocar a Abrantes. Nesse dia,discutimos a minuta, ele disse que concordava mas que não era ele que assinava o contrato pois não tinha alvará, ele iria executar a obra mas o contrato teria que ser assinado pelo outro, mas antes tinha que levar a minuta ao advogado para ele a analisar. Concordámos, pois no contrato estava tudo previsto em relação a seguros, etc., mas informámo-lo que só tínhamos para ficar em Portalegre até ao dia 15. (SEGUNDO ERRO)

  • Como não tivemos qualquer contacto nós começámos a perceber que alguma coisa não estava a correr bem e no dia 14 à noite enviei-lhe um mail em que lhe dizia isso mesmo e que se não tinha condições para executar a obra ficávamos por ali, só que que tínhamos a questão dos cinco por cento já adiantados para resolver. Telefonicamente informou-nos que, talvez devido às condições do contrato, o outro não estava disposto a assinar mas que ele iria tirar o alvará e marcámos a assinatura do contracto para o dia 15 de Abril.

  • No dia 15 de Abril, finalmente, assinámos o contrato de empreitada que estipulava o valor da mesma, o prazo de realização e a forma de pagamento,que foram as seguintes:

    a) 5% do valor da obra no acto da adjudicação

    b) 40% no inicio das demolições (TERCEIRO ERRO)

    c) 30% por cento depois de completados o telhado e das placas da varanda

    d) 25% por no final da obra e depois de a mesma ser aceite pela fiscalização

    O valor dos 40% foi um pouco regateado, mas perante os argumentos apresentados de que os trabalhos a realizar ( demolições, mudar e reforçar o telhado, enchimento das placas do quarto, da casa de banho e da varanda) nessa fase seriam os mais volumosos quer em termos de mão de obra quer de materiais e o desejo de que a obra andasse, acabámos por concordar.

  • Posteriormente foram entregues na Câmara os documentos necessários e no dia 8 de Junho foi emitido o Alvará e foram iniciadas as demolições e nessa altura foi feito o pagamento dos 40%

  • As demolições realizadas resumiram ao levantamento do piso de um dos quartos do rés do chão, de forma intermitente e no dia 17 de Junho a obra foi abandonada pelo empreiteiro que retirou trabalhadores e ferramentas, sendo que até hoje, dia 20 de Agosto, nunca mais ninguém apareceu na obra, apesar de várias vezes solicitado para o fazer, quer por mail, quer por carta registada com aviso de recepção, quer por telefone, etc. enfim, com todos os meios que, à distancia as novas tecnologias hoje nos permitem.

  • No meio deste processo já nos confessou que utilizou o valor que lhe pagámos para outras obras e para como costuma dizer “por comida em casa” e que já não tinha trabalhadores que, por não lhes pagar o foram abandonando e fez-nos a proposta de ser ele a arranjar trabalhadores , sermos nós a pagar-lhe e pagar os materiais e ele iria trabalhar por conta do valor adiantado. Claro que rejeitámos essa proposta e apresentámos-lhe a proposta de ser-mos nós a pagar aos trabalhadores até ao final da obra e ele assumir o custo dos materiais, pelo menos nesta primeira fase, na segunda fase ele assumir os materiais. Inicialmente aceitou, mas quando lhe pedimos garantias, não foi capaz de as dar e informou-nos que iria repor o valor que recebeu e rescindir o contrato. Esta solução apresenta-nos as maiores dúvidas pois se conseguisse reunir o dinheiro necessário para esta primeira fase, poderia concluir a obra, uma vez que a partir daí teria a nossa confirmação. Demos-lhe um prazo para o fazer até ao da 31 de Agosto e a partir daí iríamos consultar um advogado para saber das diligências a tomar da nossa parte. Entretanto, deveria terminar o que começou no quarto pois, somo o deixou pois, como está não serve para nada.

  • Também durante este processo soubemos que, tal como o nosso existem outros casos que, de menor importância o empreiteiro foi conseguindo resolver, quer terminando as obras mal e porcamente, quer ficando a meio e restituindo parte dos valores adiantados, o que os lesados foram aceitando só para se verem livres dele. E que, normalmente, os orçamentos apresentados eram baixos tendo em vista, apenas, conseguir ganhar as obras, sem ter a certeza de as concluir.

 

CONCLUSÃO

  1. Ao fazermos uma obra de um certo vulto devemos ter o maior cuidado quer com as diligências necessárias quer com os valores gastos para a efetuar pois, além do mais, as burocracias vão-nos fazer perder tempo e dinheiro, pelo que, por mais que desejemos fazê-las, não devemos deixar-nos levar pela pressa e devemos fazer isto sempre acompanhados por pessoas que percebam do assunto

  2. Ao escolher um empreiteiro devemos ter muito cuidado não só com a empresa ou a pessoa, sendo empresário em nome individual, mas também com a sua situação económica e financeira

  3. Se fizermos um adiantamento de uma certa importância devemos exigir uma garantia bancária ou um seguro caução, embora saibamos que isto custa caro e não é fácil de conseguir. Se não se conseguir esta garantia então devemos exigir pagar um valor o mais baixo possível e ir pagando apenas de acordo com o trabalho realizado.

  4. Mesmo com todas as garantias referidas antes, devemos ter sempre a consciência que, a meio da obra, quer pelo aumento dos preços dos materiais, quer pelo deteriorar das condições económicas e financeiras dos empreiteiros quer da nossa própria, corremos sempre o risco de a não concluir quando e da forma que desejaríamos.

 

18
Jun18

E SE, AFINAL, POR DETRÁS DA CRISE DO SPORTING TAMBÉM ESTIVESSE A POLÍTICA?

João Mateus

Para mim, tudo o que acontece é político, mas nem para toda a gente o é, por isso eu explico.

Como todos sabem de há muito que Bruno de Carvalho é acusado pelo sistema de populista e, para eu não estar aqui a escrever mais sobre o assunto, a esse propósito vejam o que diz Daniel Oliveira, aqui https://www.facebook.com/danieloliveira.lx/posts/1842899722444133.
Depois do que aconteceu em Alcochete, várias coisas se sucederam que me chamaram a atenção:

1. As palavras de Ferro Rodrigues sobre o assunto, fazendo não enquanto Sportinguista mas como Presidente da Assembleia da República

2. Uma intervenção de Marcelo de Sousa onde falava sobre o populismo, e chamava a atenção para não ser um exclusivo da política (o que,se calhar, justifica as reticências que se punham em relação à sua presença na final da Taça se Bruno de Carvalho estivesse presente)

3. O discurso de Torres Pereira quando tomava posse da Comissão de Gestão do Sporting onde ele relaciona o que se está a passar no Sporting com o que se está a passar na Europa e no mundo (vejam lá a importância do Sporting) e que, para bom entendedor, só tem que se referir ao populismo (ouçam com atenção aqui https://www.record.pt/…/artur-torres-pereira-explica-o-que-…)

Agora, cada um que tire as suas conclusões.

14
Jun18

E SE, AFINAL, BRUNO DE CARVALHO SEMPRE TIVESSE RAZÃO?

João Mateus

sporting.jpg

 

Hoje ao ler os fundamentos de justa causa para a revogação do mandato do Conselho Diretivo do Sporting, fiquei sem saber se rir se chorar!
Porque o que está em jogo no meio disto tudo é o futuro do Sporting.
De há muito (desde a Assembleia Geral de 3 de Fevereiro) que era para mim visivel que estava em marcha um plano para demitir Bruno de Carvalho, mas hoje é notório que isso não chegava, era preciso fazer com que ele não "sonhasse" mais sequer em voltar a candidatar-se e, para isso, era preciso destruí-lo publicamente e ele, anginho, caiu na esparrela.
Mas os motivos invocados para o suspender, tirando o problema da Assembleia Geral do dia 23, são tão ridículos que até me dão vontade de rir! Uma coisa é certa, quem se mete com Marta Soares paga (que o diga o ex-comandante da Protecção Civil).
Uma coisa Bruno de Carvalho conseguiu demonstrar é que havia em marcha uma cabala para "correr" com ele de presidente do Sporting e que era preciso fazê-lo de forma que nunca mais pudesse lá voltar a pôr os pés!



 

12
Jun18

CARTA ABERTA AOS SÓCIOS DO SPORTING

João Mateus

 

Ora vamos lá ver se nos entendemos!

 

Eu sou sportinguista há mais de 60 anos, mas apenas como adepto e, como tal, não tenho culpa nenhuma de que vocês lá tenham posto o Bruno de Carvalho e outros que tais, e muitas vezes contra todos os meus princípios, tive que o defender das “merdas” que dizia por ser o presidente do Sporting.

 

Devo dizer que não vivendo o Sporting por dentro eu o analiso tendo apenas acesso ao que lá se passa pela comunicação social do sistema e, segundo essa imprensa, o Bruno de Carvalho era um “desestabilizador” etc, etc. No entanto eu, como adepto vivo apenas o clube pelos resultados conseguidos quer no futebol quer nas modalidades  e, devo dizer que para mim, desse ponto de vista, Bruno de Carvalho foi um dos melhores presidentes que estiveram no Sporting nos últimos 36 anos.

Entretanto aconteceu a fatídica terça-feira, onde fui confrontado com a notícia do “cashbol” e dos acontecimentos em Alcochete que foi um dos dias mais tristes da minha vida enquanto Sportinguista. Sim, porque o dia mais triste foi quando um adepto do Sporting foi morto no estádio nacional, mas outros houve igualmente tristes quando um adepto do Fiorentina foi morto perto do estádio da Luz em richa com adeptos do Sporting ou quando alguém ligado ao Sporting fez um depósito na conta de um árbitro sabe-se lá com que motivo.

Nesse dia tive a noção que, face aos acontecimentos só restavam a Bruno de Carvalho duas hipóteses ou se considerava culpado pelo que aconteceu e demitia-se ou não se considerava e tentava reunir os cacos em que a partir daí, ia ficar o Sporting pois, não se sabia o que ia acontecer aos jogadores e havia, ainda para disputar ou não, uma final da Taça de Portugal que, vencida daria acesso directo à Liga Europa que, depois de perdido o segundo lugar, que daria acesso à eliminatória da Liga dos Campeões, seria o mal menor.

Bruno de Carvalho optou pela segunda hipótese, quanto a mim na altura a indicada pois a primeira, na altura já não resolvia nada e porquê:

 

  1. Porque os jogadores a rescindirem os contractos invoncando justa causa o fariam demitindo-se Bruno de Carvalho ou não, pois fazendo-o poderia voltar a candidatar-se e, na altura, ninguém poderia garantir que não ganharia

  2. A negociação do perdão de dívida iria , provávelmente, á vida pois continuando em gestão Bruno de Carvalho ou sendo nomeada uma comissão de gestão, não sei se um e outros teriam legitimidade para a assinar. O mesmo em relação ao empréstimo obrigacionista.

  3. Havia uma época para preparar e , concerteza, Bruno de Carvalho estava melhor preparado que ninguém para o fazer.

 

Além do mais havia um procedente que se abria, isto é, os jogadores que até agora tinham o poder de demitir os treinadores passariam a ter também o de demitir os presidentes democraticamente eleitos pelos sócios e se sempre fui um defensor dos trabalhadores, isso seria um direito que não lhes podia reconhecer.

 

Passados dias falando com alguém também Sportinguista, dizia-me esse alguém “O Bruno de Carvalho não tem mais condições para continuar”. Quando lhe pergunto porquê, responde-me “Ele meteu-se com os gajos da massa e eles apenas estavam à espera de um pretexto para correr com ele e, com os acontecimentos de Alcochete isso acabou por acontecer”. E isto fez-me pensar se o que aconteceu a seguir, tentativas de levar o conselho directivo a demitir-se , demissões em catadupa, os “velhos do Restelo” a apareceram na televisão, etc e, quando surgiram as rescisões de Rui Patrício e Podence até consegui ver na televisão alguém que se dizia ligado ao Sporting que iria haver mais e conseguir dizer isto a rir!

 

O que se tem seguido tem sido de facto lamentável, pois cada vez que ligo a televisão nos canais privados lá está a debater-se a situação do Sporting e, tenho que dizê-lo, nem sempre com as melhores intenções e todo o bicho careto se sente no direito de o fazer, por isso, eu que não tenho acesso a esses meios, acabei por resolver fazê-lo por aqui,  vos peço, façam tudo para que a Assembleia Geral do dia 23 se realize (não percebo muito bem porquê no MEO Arena, mas isso é problema vosso) com todas as condições de segurança, destituam a direcção se querem fazê-lo mas façam também com que sejam convocadas eleições o mais rápido possível pois esta situação está a dar-me cabo do coração!

 

Saudações leoninas e nunca se esqueçam “Nós somos da tal raça que nunca se vergará”!

 

 

21
Mai18

HOJE JOGO EU

João Mateus

Vemos, ouvimos e lemos

Não podemos ignorar

Vemos, ouvimos e lemos

Não podemos ignorar

Sophia de Mello Breyner Andresen

 

A semana passada, após os horríveis acontecimentos de Alcochete, foi posta a circular nalguns jornais e televisões a notícia de “que, segundo fonte próxima ao chefe de Estado, “foi deliberada para ter margem de manobra” para decidir mediante a presença, ou não, de Bruno de Carvalho na tribunal presidencial do estádio do Jamor. Situação que “não é do inteiro agrado do Presidente” e “poderia ser um incómodo”, depois dos acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente as agressões a futebolistas e membros da equipa técnica por parte de um grupo de cerca de 50 adeptos na Academia de Alcochete."".

Logo nessa altura, escrevi no Facebook “Eu não acredito que não queira sentar-se ao lado do Presidente eleito do Sporting Clube de Portugal! “

Acontece que, depois do anuncio da não presença de Bruno de Carvalho, o Presidente da República não só anunciou a sua presença como veio a estar presente.

Por esse motivo devo dizer ao Senhor Presidente da República que tal como eu, que não votei nele, nem concordo com o seu estilo de presidência por o achar populista, também ele vai ter que “aturar” o Presidente eleito do Sporting enquanto os sportinguistas não acharem que o devem demitir ou ele próprio resolva fazê-lo.

Pelo mesmo motivo devo dizer que o mesmo procedimento deve ter o Presidente da Assembleia da República e, se o Dr. Ferro Rodrigues, como Sportinguista tinha todo o direito de dizer o que disse, ou ainda mais sobre o Presidente eleito do Sporting , nunca o poderia ter feito na qualidade de Presidente da Assembleia da República.

Por último quero ainda dizer-vos que, se já no tempo do fascismo era contra a presença destas entidades em acontecimentos desportivos, não é por agora vivermos num regime democrático que mudei de opinião, mas isto é uma questão de princípio, não uma questão de maré!

 

 

17
Out17

Os incêndios em Portugal

João Mateus

incendios.jpg

 

Agora que tudo parece mais calmo e já estamos em Outubro, vou finalmente, também eu falar de incêndios.

 

Em primeiro lugar porque há (mais) incêndios:

 

  • Incêndios sempre houve, quer por causas naturais ou provocado pelo homem, sejam por negligência sejam deliberados (e não se pense que apenas por mão criminosa pois desde há muito que se provocam queimadas quer para limpar os lixos que se formam na terra quer, muitas vezes para queimar os detritos que resultam da limpeza das matas)

  • Porque o interior deixou de ser habitado e logo, deixou de haver hortas que, à partida tornam a progressão do fogo mais lenta, deixou de haver rebanhos que necessitavam de pastagens, deixou de haver lareiras para queimar os resíduos das limpezas que passaram, muitas vezes, a ficar nos terrenos sem que lhe fosse dado qualquer destino

  • Porque se plantaram árvores que não são resistentes aos fogos e muitas vezes sem qualquer ordenamento, isto é, em cima das estradas e das localidades e,outras vezes, até se construiram casas no meio das matas

  • Porque há mais ocupação dos espaços das matas por pessoas que desconhecem os cuidados a ter quando quando nelas se permanece ou quando por elas se circula

  • Porque o aquecimento global, ao contrário do que diz o nosso “amigo” Trump, é mesmo um facto e as estações do ano deixaram de ser o que eram e as temperaturas elevadas deixaram de existir apenas no período de verão

 

Pelo que fica dito, acho que todos acabamos por compreender que existam mais fogos, mas o que espanta é, sem dúvida o número de ignições e e área ardida.

 

Tentemos então perceber porque acontecem:

 

  1. No que diz respeito às ignições, não tenho dúvidas que na sua esmagadora maioria está a mão humana, fazendo queimadas não programadas e quando as condições atmosféricas o não aconselham, fazendo fogueiras em locais onde não deviam ser feitas, lançando pontas de cigarro de carros em andamento, lançando fogo por vingança ou qualquer outro motivo, etc. embora por vezes possam, como aconteceu em Pedrógão existir outras razões

  2. Já no que diz respeito à sua propagação sem dúvida que o factor número um é mesmo o facto de não existirem pessoas no campo, quer em número suficiente quer pela sua idade, para poderem apagar o incêndio quando do seu inicio ou, pelo menos, combatê-lo até chegarem os bombeiros. Isto era o que se fazia antigamente, agora por vezes até as que existem, limitam-se a assistir e até a filmar como ainda ontem se viu numa televisão.

  3. Por outro lado, no que diz respeito aos meios de combate disponíveis parece que, no que diz respeito aos meios terrestres (corpos de bombeiros) não só não aumentaram de acordo com as necessidades (ver aqui https://www.pordata.pt/Portugal/Corpos+de+Bombeiros-1107) como baseando-se sobretudo no voluntariado e conhecendo a propensão das pessoas de hoje para o voluntariado, não tenho dúvidas que o número de elementos é, capaz de até ter diminuído. Depois há os meios aéreos que têm que ser alugados e dependem não só da sua existência como da existência de disponibilidade financeira para o fazer. Quer num caso quer noutro, há ainda a questão da programação do pico da sua utilização estar “programada” de acordo com condições atmosféricas típicas do verão que hoje já não são exclusivas dessa altura,

 

O que fica dito, é do conhecimento de todos e não tenho dúvidas nenhumas também dos sucessivos governos, e não eram precisas comissões independentes para “descobrir” o óbvio!

 

Porque não agiram então, até agora sobre o assunto?

 

  • Alguns por uma questão ideológica que não permite que o Estado meta o nariz em certos assuntos

  • Outros porque, em Portugal; é extremamente difícil meter-se com a propriedade privada (sobretudo com a pequena propriedade) e o que há a fazer tem muito com essa área (em último caso será preciso expropriar quem não cuidando das matas prejudica os que lhe estão próximos)

  • Uns e outros porque, obrigados a cumprir as metas impostas por Bruxelas sabem que, dificilmente terão as disponibilidades financeiras necessárias para levar a cabo o que é preciso fazer.

 

 

 

 

10
Out17

HOJE VAMOS FALAR DE POLÍTICA A SÉRIO!

João Mateus

Para que não haja confusões devo, desde já dizer que, para mim, o PSD sempre foi um partido liberal e o PS o verdadeiro partido social-democrata.

 

Por este motivo, sempre foi para mim preferível um governo PS a um governo PSD, sózinho ou acompanhado.

 

Assim, nas eleições de 2015, apesar de ser o que se pode considerar um eleitor da área do Bloco de Esquerda (situo-me nesta área desde os tempos da UDP), votei PS porque, na dúvida em relação à votação no Bloco naquelas eleições, era o partido que mais garantias me dava de poder ter uma votação de permitisse correr com Passos Coelho e a PAF do governo!

 

Foi esta a segunda vez que o fiz, pois a primeira acontecera quando foi necessário correr com Cavaco!

 

Confesso também que nunca me preocupei em ler o programa do PS para aquelas eleições, pois quando voto, mais do que em programas guio-me sobretudo pelos objectivos estratégicos. Por outro lado, porque acompanhei atentamente a actuação de António Costa quer na CML quer na Quadradatura do Círculo, conhecia bem quer as suas ideias quer a sua forma de actuar (confesso que, se fosse Seguro o candidato do PS, apesar do que disse no inicio, porque considero que a sua actuação como Secretário Geral do PS, nada teve a ver com a social-democracia, nunca nele teria votado!).

 

Depois das eleições, com os resultados das mesmas e com as atitudes dos partidos da esquerda vi, com grande alegria que, finalmente, poderia ser levada a cabo em Portugal a experiência que sempre defendi, isto é um governo efectivamente de esquerda (devo confessar que não era bem esta experiência que aguardava pois sempre defendi que esse governo integrasse elementos de todos os partidos que o apoiavam, mas no momento e condições actuais, permanência no UE e no Euro, seria talvez a única possível).

 

Devo dizer que, se calhar ao contrário de muitos, o que eu esperava deste governo não era apenas a reposição do que existia antes do governo da PAF mas também o levar a cabo uma política que permitisse levar a cabo uma verdadeira política de esquerda que até aí nunca existira em Portugal, pois a que tem estado em vigor desde o 25 de Novembro resulta, sobretudo, dos entendimentos entre o PSD e o PS portanto uma política de centro-direita.

 

Acontece que, após dois anos de vida deste governo (que seriam o prazo que julgaria razoável para ser reposta a situação anterior ao “desgoverno” da PAF) e com as negociações para o orçamento de 2018 é com grande preocupação que assisto ao que daí poderá resultar, isto é, assistir a que as “recuperações” no que diz respeito, por exemplo, às progressões e à reestruturação das carreiras não sejam para todos ao mesmo tempo mas sim, e sobretudo, primeiro para aquelas classes que têm mais poder reinvidicativo, como são, por exemplo, os polícias (por motivos óbvios) os juízes, os médicos, os enfermeiros e os professores, e mesmo no plano fiscal, no que diz respeito ao IRS é ainda, e tão só uma reposição dos escalões que existiam antes, em prejuízo de uma reforma de fundo que inclua o englobamento de todos os rendimentos e faça pagar aqueles que hoje, por qualquer motivo, “fogem” ao mesmo!

 

Para já, fico-me por aqui, mas prometo voltar ao assunto, próximamente!

 

 

 

 

14
Set17

OU HÁ MORALIDADE OU COMEM TODOS

João Mateus

 

A greve deve ser um direito inalienável para todos os trabalhadores, portanto só eles e as entidades patronais devem decidir da sua justiça!

 

É exactamente por pensar assim que às greves de grupos de trabalhadores da administração pública (médicos, enfermeiros, professores, policias, juizes, etc, que normalmente nunca alinham quando as greves são gerais) , que o governo, ao qual cabe defender todos os trabalhadores deve analisar estas lutas, não podendo ceder a uns que têm maior poder reinvidicativo em prejuízo dos que o não têm.

 

Para mim, ou há moralidade ou comem todos, enquanto não houver dinheiro para, para todos, descongelar as promoções, as progressões nas carreiras, a reorganização das carreiras, o horário das trinta e cinco horas...então devem comer todos!

 

08
Set17

A ESCRAVATURA MODERNA

João Mateus

 

 Uma das coisas que me custa mais a compreender no Portugal de hoje, militante empenhado que fui para que existissem em Portugal uma sociedade onde os direitos dos trabalhadores fossem reconhecidos, quer no que diz respeito à remuneração digna do trabalho, quer nos tempos de descanso e lazer é a ESCRAVATURA consentida que se instalou na nossa sociedade, onde os horários de trabalho apenas existem para as horas de entrada, onde se trabalha aos fins-de-semana e feriados, mesmo em actividades onde isso não se justifica, ficando sem tempo para a família e para o lazer, onde o trabalho parece ser um fim e não um meio.

Uma das virtudes do trabalho é o que, tendo-o, ele pode proporcionar exactamente no que diz respeito preenchimento das necessidades básicas (habitação, saúde, educação, etc) mas também ao lazer e ao prazer e de que serve até ganhar muito se depois não se tem tempo para o gastar?

Por outro lado, mesmo para satisfazer as necessidades básicas, o trabalho tem que ter uma certa estabilidade e a precariedade a que assistimos, não permite a que se possa constituir família ter uma casa e ter filhos etc, etc.

Por fim, ainda assistimos a que, quando alguém luta para, pelo menos manter o que tem, como acontece com os trabalhadores da Auto Europa, ainda seja criticado até pelos outros trabalhadores.

 

Como foi possível deixarmo-nos chegar a este ponto?

 

03
Jul17

RESPONSABILIDADE POLÍTICA EXIGE-SE!

João Mateus

 

Em primeiro lugar devo dizer que sempre fui um defensor de um governo igual ou parecido ao que actualmente existe em Portugal, isto é um governo de maioria PS, com a participação ou com o apoio da área do que agora é o Bloco e do PCP.

 

Por este motivo, sempre votei na UDP e no Bloco, com excepção de duas vezes em que votei PS (Guterres e António Costa), uma vez para tirar de lá o Cavaco e outra para acabar com o governo de Passos e Portas.

 

Assim, devo dizer que julgo que faço parte de um reduzido grupo de portugueses que, de consciência tranquila, pode perfeitamente reclamar de tudo o que tem sido feito depois do 25 de Novembro.

 

De facto os sucessivos governos de PS, PSD e CDS são, sem dúvida, os grandes responsáveis por tudo o que se tem passado neste período onde o aparelho de Estado tem sido consecutivamente delapidado dos meios necessários para garantir o trabalho e a reforma, a saúde, a educação, a justiça e, constatacta-se agora, que mesmo a segurança do País.

 

Em tudo isto não posso deixar de considerar também o papel da CEE (depois UE) e do Euro, que nos impediram de utilizar os meios disponíveis não para nos desenvolvermos como país pobre que nos tornámos mas de acordo com padrões pedidos por países já muito mais desenvolvidos que nós.

 

Por tudo o que fica dito o que espero deste governo é que saiba inverter este caminho e tomar as medidas políticas necessárias para inverter este caminho pois, de contrário ficará, para mim, demonstrada a inutilidade de um governo com este cariz.

 

Por último quero declarar que, quando me refiro a responsabilidade política não me refiro a que este ou aquele ministro seja demitido, mas sim a tomada de todas as medidas necessárias para inverter a política que tem sido seguida até agora, que não poderão ser tomadas numa legislatura mas que já é mais do que tempo de começar a serem levadas a cabo.

 

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